segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CORTEJO DO CARNAVAL 2010

CORTEJO DO CARNAVAL 2010
Tema : BÁRBARA LUZ DA LIBERDADE
LOA : BÁRBARA DE ALENCAR, UM CANTO DE LIBERDADE
Autor: Calé Alencar


Epa He Yi
Minha mãe Iansã
Epa He Yi
Epa He Yi
Minha mãe Iansã
Com a força dos ventos chegou a guerreira
Mulher brasileira das terras do Exu
Que canta e luta pela liberdade
Por que bate o ferro do maracatu
Ê Bárbara viva, ê nossa heroína
Que vem com seu sonho a história mudar
Trazendo seus filhos, sua rebeldia
Coragem e fé que a Nação vai cantar
Ê dona Bárbara
Hoje a nossa Nação te chama
Bárbara
És a força e a luz a nos libertar
Oyá Iansã, dona das tempestades
Ê vem Santa Bárbara abençoar
Nação Fortaleza pisou no terreiro
Ao som dos tambores já veio brincar
Ê Bárbara e seu ideal libertário
Que se espelhem em ti os que vamos lutar
Pois a liberdade ainda que tarde
Um dia renasce pra gente cantar
Ê dona Bárbara
Hoje a nossa Nação te chama
Bárbara
És a força e a luz a nos libertar
Epa He Yi
Minha mãe Iansã
Epa He Yi
Epa He Yi
Minha mãe Iansã

Retrato de Bárbara de Alencar
Oscar Araripe / 110m x 120m - Acrílica sobre tela sintética / 2001
Para o desfile carnavalesco de 2010, o Maracatu Nação Fortaleza apresenta o tema Bárbara Luz da Liberdade, idealizado com o intuito de homenagear os 250 anos de nascimento da primeira presa política do Brasil, Bárbara Pereira de Alencar, precursora da independência e da República, uma das lideranças do movimento republicano em oposição à monarquia no início do século XIX.

Bárbara de Alencar nasceu no município pernambucano de Exu, na fazenda Caiçara, no dia 11 de fevereiro de 1760, tendo participado do movimento revolucionário juntamente com seus filhos José Martiniano, Carlos José e Tristão de Alencar Araripe. Presa em junho de 1817, esteve no cárcere em Fortaleza, Recife e Salvador, sendo libertada em novembro de 1820. A revolução de 1817 começou em Pernambuco e contou com a participação de vários setores da população, inclusive muitos sacerdotes, ganhando por isso o apelido de Revolução dos Padres. Carlos José, filho de dona Bárbara, foi o encarregado de disseminar o ideal revolucionário na região do Cariri, conseguindo adesões e plantando a semente do movimento libertador de 1824, conhecido como Confederação do Equador, do qual um dos mais destacados participantes, no ambiente cearense, foi Tristão Gonçalves de Alencar Araripe, Presidente do Ceará, primeiro Presidente da República da Confederação do Equador, portanto primeiro Presidente Republicano do Brasil.

De Bárbara descendem grandes vultos de projeção nos cenários político, militar e cultural brasileiro, destacando-se os nomes de José de Alencar, autor do consagrado romance Iracema, também denominado pai do romance brasileiro, além de Alencar Furtado e Miguel Arraes de Alencar, personagens de relevo na história recente das lutas políticas contra o regime totalitário instaurado no Brasil na década de 1960.
   
Bárbara de Alencar viveu grande parte de sua vida na cidade do Crato, região sul do Ceará, onde é lembrada como exemplo de fibra, luta, coragem e obstinação na defesa de seus ideais libertários. Levada para o Piauí, faleceu em agosto de 1832, sendo seu corpo transferido para o distrito de Itaguar – Poço da Pedra, no município caririense de Campos Sales. O Maracatu Nação Fortaleza traz o tema Bárbara Luz da Liberdade para o carnaval de rua inserindo na festa carnavalesca a lembrança dos feitos históricos de Bárbara de Alencar, por ocasião de seus 250 anos de nascimento, homenageando a heroína nacional e modelo de luta em defesa da liberdade.

Com a inclusão do tema Bárbara Luz da Liberdade, fazendo referência ao sincretismo religioso com a inclusão das entidades do candomblé e do catolicismo, no caso Iansã e Santa Bárbara, o Maracatu Nação Fortaleza pretende ressaltar a importância do diálogo com a nordestinidade e suas peculiaridades nos campos cultural, histórico e social, relacionando exemplos de coragem e fibra de importantes vultos históricos e suas relações com a história contemporânea, inserindo no carnaval de rua um tema voltado para a valorização das lutas e conquistas gestadas a partir dos movimentos populares.

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